Friday, July 3, 2009

Fogo & Brava em crónica atrasada

FOGO & BRAVA em crónica atrasada

Deixar a Praia e a ilha por 1 semana era atractivo mas ao mesmo tempo, ausência demasiado prolongada para quem tinha aulas pra dar e tarefas diversas a cumprir na ilha badia. Como bom gestor de desorganizações (isso mesmo...), arte exigente em que me tenho dedicado estes anos, lá consegui arranjar um jeito. Achei que SFelipe está bem melhor do que dantes, a restauração dos sobrados antigos do centro da cidade dá-lhe muita pinta. Empresas e agências modernas instaladas em edifícios clássicos, com muita história.

Como só quero escrever mais três parágrafos, vou ter de fazer escolhas e...1-Vicente, 2- Advocacia nas ilhas, 3- A fama de ter as mais belas. Vicente é um dinamarquês, convertido à cabo-verdianidade (fala crioulo do Fogo na perfeição, é casado com uma crioula e tem filhos cv) cuja personalidade e actuação põe bem em evidência a nossa dificuldade em singrar no mundo dos negócios, sobretudo quando se trata da área de serviços e atendimento. De um simples gesto meu, do meio a rua, a tentar espreitar o que era aquilo, com ar de restaurante, dentro de um sobrado restaurado, esse senhor conseguiu captar-nos e vender-nos, uma hora depois, tudo o que era possível vender-nos, sempre com jeitinho e simpatia. Alojamento, bilhetes de passagem, boleia, casos de tribunal...ele tinha tudo o que era preciso, para nos arranjar, sempre sem dar qualquer impressão explicita e chata de estar a vender o que quer que fosse. Tirei-lhe o chapéu, sinceramente...Não é à toa que, segundo disse, a agência dele tem arrecadado prémios de qualidade & excelência na área do turismo.

Fogo tinha apenas 2 advogados e, recentemente 3. Brava apenas 1, que frequentemente está mais na Praia do que na ilha. Ora, isso faz com que, os poucos sejam advogados de toda a gente, o que coloca grandes problemas de concretização e de segurança, pra não dizer de ética. Como fazer quando, 2 clientes nossos nos solicitam para os defender um contra o outro?... ou como dizia o Vicente, após qualquer acidente de viação o melhor é correr imediatamente para o advogado a ver quem chega primeiro, porque provavelmente, ele é advogado habitual dos 2, vai ficar com quem chegar primeiro...o outro que ponha um defensor oficioso ou que mande vir alguém da Praia, se tiver posses para tal. Estagiários e jovens advogados, alguém leu isto?...


Sem querer ser precipitado, essa de que as beldades da ilha, ou já foram todas para os Estados Unidos casar com alguém, ou preferem estar guardadas em casa e nas zonas altas, deixa-me um tanto intrigado e pouco esclarecido...vamos ver como será da próxima vez, porque desta não deu pra saber.

Fogo e Brava, 25 a 30 de junho 09

Boavista & Cidadania...

BOAVISTA & CIDADANIA

Passar apenas 24 horas na Boavista é de facto um desperdício do tamanho do mundo, sobretudo a esta altura do campeonato, com cheiro a férias e muita dor de corpo. Chegada cerca das 12H de ontem, 30 de junho, e partida cerca das 15H de hoje, 1 de julho. Não me lembro de ter feito uma viagem inter-ilhas tão relâmpago assim, a não ser uma vez que passei 24 horas na Brava. Só que dar uma saltadinha do Fogo à Brava não é a mesma coisa que Praia-Assomada, enquanto que Praia-Sal-Boavista e vice-versa são outras voltas e outro fôlego.

Teoricamente, tão pouco tempo não deixa muita estória para crónicas. Na prática, pode ser outra estória... e foi. 24 horas foram suficientes para apresentar o meu tema na Biblioteca Municipal -«Leitura, Cidadania & Internet» -, para um brevíssimo debate, para um interview na rádio e Tv nacionais, uma bela tertúlia política ao jantar (camarãozinho com molho delicioso, no Quiosque, recomenda-se...) na companhia de um grupinho entre jovens jornalistas, funcionários municipais e uma deputada municipal. Deu pra sentir o pulsar da ilha, na versão mais crítica (felizmente) própria de jovens quadros e intelectuais. Ao inicio da madrugada, o mini-tour esperado, por dois barzitos locais, a ver se o gosto da SuberBock era o mesmo que na praia (até era, a temperatura é que não... senti falta das noivas do Cometa). Desta manhã pouco mais a contar a não ser ouvir a senhora da limpeza a bater-me à porta, repetidas vezes, furiosa por haver indivíduos ainda a dormir depois do meio dia. Não fosse ela, o mergulho merecido que se seguiu, estaria seriamente em risco. Lá fui eu passar o resto do tempo na prainha em frente ao ilhéu, banhando na companhia de «girls» em «top-less» no Paraíso das ilhas...

A fechar (decidi escrever pouco pra poder escrever com mais frequência; senão, isso de esperar para crónicas longas é coisa de quem na verdade não escreve,...) penso ainda no susto que apanhei na aterragem no aeroporto da Boavista, na vinda... Tive a impressão de o avião ter aterrado com as rodas travadas, e de o sentir simplesmente arrastar-se na pista. Ainda estou pra voltar a ver os pilotos e saber o que se passou...

Sal Rei, 1 de julho de 2009.